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As perturbações alimentares são perturbações médicas graves, caracterizadas por distúrbios nos comportamentos alimentares de uma pessoa. Estes comportamentos têm origem numa preocupação obsessiva com a avaliação do peso e imagem corporal e têm consequências ao nível da ingestão alimentar, comportamental e emocional.1,2

De um modo geral, as pessoas que sofrem deste tipo de perturbações tornam-se extremamente focadas em aspetos relacionados com a alimentação, levando frequentemente à adoção de padrões pouco saudáveis.2

As perturbações alimentares afetam pessoas de todas as idades, pesos corporais e géneros. Embora ocorram maioritariamente durante a adolescência ou a idade adulta jovem, também se podem desenvolver durante a infância ou mesmo na idade adulta (40 anos ou mais).1

As perturbações alimentares mais frequentes são:2

  • ingestão alimentar compulsiva
  • bulimia nervosa
  • anorexia nervosa

ANOREXIA

A anorexia é uma condição em que as pessoas evitam ou restringem a ingestão de alimentos, devido a uma autoimagem em que a pessoa se vê sempre como estando sempre acima do peso, apesar de isso não ser verdade e, por vezes em casos mais extremos, haver perda excessiva de peso potencialmente fatal.2,3

A anorexia é diagnosticada quando uma pessoa pesa pelo menos 15% menos do que seu peso corporal ideal. A doença é mais comum em mulheres do que em homens, sendo que certas profissões ou atividades aumentam o risco deste tipo de comportamentos, por estarem associadas a uma preocupação excessiva com o peso e com a imagem corporal (ex.: atores, modelos, ginastas, dançarinos e atletas em geral)3

Os sintomas de anorexia geralmente incluem:3

  • Perda de peso rápida ao longo de várias semanas ou meses
  • Continuação da dieta mesmo quando o peso já é muito baixo
  • Interesse ou obsessão por alimentos, calorias, nutrição
  • Medo intenso de ganhar peso
  • Sentir-se gordo, mesmo estando abaixo do peso
  • Incapacidade de avaliar de forma realista o peso corporal
  • Esforço por atingir a perfeição e autocrítica exacerbada
  • Influência indevida do peso e da imagem corporal na autoestima
  • Depressão, irritabilidade e ansiedade
  • Períodos menstruais irregulares
  • Uso de laxantes e diuréticos
  • Indução do vómito
  • Exercício físico compulsivo
  • Isolamento social

Com o decorrer do tempo, a anorexia pode levar a consequências graves na saúde, tais como:1,3

  • Osteoporose
  • Anemia
  • Perda muscular ou fraqueza
  • Cabelos e unhas quebradiços
  • Pele seca e amarelada
  • Queda de cabelo
  • Crescimento de pelos finos em todo o corpo
  • Obstipação severa
  • Pressão arterial baixa
  • Danos cardíacos
  • Baixa temperatura interna (fazendo com que a pessoa sinta frio constantemente)
  • Letargia
  • Infertilidade
  • Falência de múltiplos órgãos (coração, rins e cérebro)

O diagnóstico de anorexia apresenta alguns desafios, uma vez que as pessoas que sofrem da doença muitas vezes escondem as características deste distúrbio por vergonha ou negam a sua existência, o que leva a que a anorexia possa não ser detetada durante longos períodos de tempo.3

Contudo, quanto mais rápida for a intervenção médica e o início do tratamento, melhor o prognóstico. Com os cuidados médicos adequados, os doentes podem melhorar significativamente e frequentemente curar-se.2

O primeiro passo, no caso de suspeita de anorexia, é a referenciação para uma consulta de medicina geral e familiar ou psiquiatria/psiquiatria da infância e adolescência, passando depois o tratamento por uma intervenção multidisciplinar (psiquiatra, psicólogo, nutricionista e outros, se necessário).2


BULÍMIA

A bulimia é uma perturbação psicológica que resulta numa compulsão alimentar com episódios de ingestão de grandes quantidades de alimentos de uma só vez. Durante estes episódios, a pessoa não tem controlo sobre a sua alimentação e para compensar as suas ações adota comportamentos para evitar o ganho de peso, tais como induzir o vómito, uso excessivo de laxantes ou diuréticos, jejum e prática compulsiva de exercício físico. Contudo, ao contrário das pessoas que sofrem de anorexia nervosa, as pessoas com bulimia podem manter o seu peso normal ou até mesmo estar acima do seu peso ideal.1

As consequências da bulimia incluem:1

  • Dor de garganta e inflamação crónica
  • Glândulas salivares inchadas na área do pescoço e maxilar
  • Esmalte dos dentes desgastados e dentes sensíveis devido à decomposição provocada pelo ácido estomacal ao vomitar frequentemente
  • Problemas gastrointestinais
  • Desidratação severa
  • Desequilíbrio eletrolítico (níveis muito baixos ou muito altos de sódio, cálcio, potássio e outros minerais), que pode levar a acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco

Tal como no diagnóstico de anorexia, também o diagnóstico de bulimia apresenta alguns desafios, uma vez que as pessoas que sofrem da doença muitas vezes escondem as características deste distúrbio por vergonha ou negam a sua existência, o que leva a que a bulimia possa não ser detetada durante longos períodos de tempo.4

Contudo, quanto mais rápida for a intervenção médica e o início do tratamento, melhor o prognóstico. Com os cuidados médicos adequados, os doentes podem melhorar significativamente e frequentemente curar-se.2

O primeiro passo, no caso de suspeita de bulimia, é a referenciação para uma consulta de medicina geral e familiar ou psiquiatria/psiquiatria da infância e adolescência, passando depois o tratamento por uma intervenção multidisciplinar (psiquiatra, psicólogo, nutricionista e outros, se necessário).2


INGESTÃO ALIMENTAR COMPULSIVA

A ingestão alimentar compulsiva consiste numa condição em que as pessoas perdem o controlo da sua alimentação e têm episódios em que ingerem grandes quantidades de alimentos compulsivamente.1

Contudo, contrariamente ao que sucede na bulimia, os períodos de compulsão alimentar não são seguidos por vómitos, exercício excessivo ou jejum, o que faz com que estas pessoas muitas vezes tenham excesso de peso ou obesidade.1

Os sintomas mais comuns da ingestão alimentar compulsiva incluem:1

  • Comer quantidades anormalmente vastas de comida num curto período de tempo
  • Comer rapidamente durante episódios de compulsão
  • Comer mesmo estando cheio ou sem fome
  • Comer até estar desconfortavelmente cheio
  • Comer sozinho ou em segredo para evitar constrangimento
  • Sentir-se angustiado, envergonhado ou culpado por comer
  • Dieta, possivelmente sem perda de peso

Tal como nos diagnósticos de anteriores, também o diagnóstico de ingestão alimentar compulsiva apresenta alguns desafios, uma vez que as pessoas que sofrem da doença muitas vezes escondem as características deste distúrbio por vergonha ou negam a sua existência, o que leva a que a doença possa não ser detetada durante longos períodos de tempo.1

Contudo, quanto mais rápida for a intervenção médica e o início do tratamento, melhor o prognóstico. Com os cuidados médicos adequados, os doentes podem melhorar significativamente e frequentemente curar-se.2

O primeiro passo, no caso de suspeita de bulimia, é a referenciação para uma consulta de medicina geral e familiar ou psiquiatria/psiquiatria da infância e adolescência, passando depois o tratamento por uma intervenção multidisciplinar (psiquiatra, psicólogo, nutricionista e outros, se necessário).2


Referências:

  1. National Institute of Mental Health. Eating Disorders: About More Than Food. [Online]. 2021. Acedido em maio 2022. Disponível em: https://www.nimh.nih.gov/health/publications/eating-disorders
  2. SNS24. Perturbações do comportamento alimentar. [Online]. 2022. Acedido em maio 2022. Disponível em: https://www.sns24.gov.pt/tema/saude-mental/perturbacoes-do-comportamento-alimentar/#sec-0
  3. WebMD. Anorexia nervosa. [Online]. 2020. Acedido em maio 2022. Disponível em: https://www.webmd.com/mental-health/eating-disorders/anorexia-nervosa/mental-health-anorexia-nervosa
  4. Web MD. Bulimia. Acedido em maio 2022. Disponível em: https://www.webmd.com/mental-health/eating-disorders/bulimia-nervosa/mental-health-bulimia-nervosa